quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A resistência simbólica de Walter Rodrigues

Uma volta. Uma resposta. Um novo momento – tudo ao mesmo tempo. Você reparou, aliás, que nas últimas 2 temporadas as coleções de Walter Rodrigues estavam totalmente prêt-à-porter casual e nada moda festa? Acredite se quiser: se você for no showroom do estilista, não verá um vestido de festa na arara. Não que ele tenha deixado completamente de fazê-los, mas agora é só no sob medida – e a passarela, enquanto isso, vai ficando cada vez mais… japonista.
O livro de Arthur Omar, as fotos, a camiseta do horóscopo chinês Então é mesmo uma volta às origens? Sim. E não. “A passarela reflete o meu momento, e não quero ser amargo, mas minha resposta pro momento que a moda passa é essa”, Walter conta no seu ateliê, onde o Blog LP compareceu pra um papo nesse último fim de semana. E a resposta que será apresentada no Fashion Rio é o quê, exatamente? Um desfile de outono-inverno 2011 batizado de “Resistência Simbólica” nos corredores do Instituto Superior de Educação ao som produzido por Felipe Venâncio com um coro de crianças cantando “Rosa de Hiroshima“, e uma coleção quase que inteira preta (luto?), com vestidos, casacões, camisetas inspiradas no horóscopo chinês, sobreposições que vem de histórias de Arthur Omar sobre o Afeganistão e fotografias de afegãos (“Vejo uma dignidade neles”, Walter explica, empolgado, apontando pros olhos e pro semblante).
Um dos looks: o casaco é feito com o primo do moletom A sensação de desconforto com a moda – “de 6 em 6 meses a manga muda, a saia muda”, e esse mar de mudanças que parece esvaziado de sentido – produz, surpreendentemente, looks que tem cara de confortáveis. É o caso das peças feitas com um tecido meio primo do moletom, quentinho mas leve e com caimento chic. Mais? No dia 13/01 de manhã, data marcada pro desfile, a gente vê…

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